Por Daniel C. Luz – diretor da DC Luz Consultoria e Coaching
Se fizermos essa pergunta a dez pessoas, provavelmente
receberemos dez respostas diferentes. Se expandirmos a nossa pesquisa, talvez
venhamos a descobrir tantas definições de amigo,
quantos sejam os amigos em questão.
Pensemos, por um momento, no uso que fazemos da palavra amigo: “vi um amigo no supermercado
ontem à noite”, ou, “veja o João, ele é um amigo verdadeiro”, ou, “querida,
vamos convidar alguns amigos para jantar neste fim de semana.”
Se alguém insistisse em que déssemos nossa própria definição
do que significa ser amigo,
poderíamos distinguir entre amigos íntimos, amigos distantes, os que vemos
todos os dias, no Natal, ou aqueles colegas que reencontramos depois de anos.
Mas chamamos a todos de “amigos”.
Quando pensamos seriamente no verdadeiro significado de ser
amigo, certas qualidades marcantes começam a surgir, tais como lealdade, confiança e fraqueza.
Para as amizades incomuns, logo percebemos que o narcisismo ou qualquer outra
forma de admiração simplesmente não tem lugar no relacionamento. Pelo
contrário, a preocupação com o “eu” tem em si o potencial de matar amizade.
O termo corrente comum para “amigo” na China é peng yu mas a sua história retrocede há
muitos séculos. O caractere que representa esta palavra é apresentado na forma
de uma cauda de fênix. Aos poucos, passou a ter um sentido mais abrangente, que
incluía a ideia de “perfeição”, a soma total da beleza física.
Com o correr dos anos, a palavra perdeu completamente o
sentido literal, enquanto a letra escrita tomou o sentido moderno de amigo,
amizade, ou associação íntima.
A beleza exterior visível, sem dúvida, prende a nossa
atenção, mas a verdadeira beleza, a beleza íntima – a graça, a verdade e a
coerência são irresistíveis. Na amizade, os corações se unem. Como o bando de
pássaros que seguiram a antiga fênix para os céus, as pessoas farão
praticamente tudo para seguir quem cultivou um coração amigo.
Enquanto esboçava este insight,
li uma história interessantíssima sobre uma experiência científica realizada
pelo entomologista francês, Jean Henri Fabre. É sobre um tipo de lagarta que
caminha em fila, formando longas e ondulantes linhas, na mesma cadência, no
mesmo ritmo, sem pensar, nem por um instante em para onde está indo.
Essas lagartas apenas seguem o líder.
Na experiência, Fabre colocou um grupo de lagartas em fila
na borda de um grande vaso de flores, de modo que a lagarta chefe ficasse
praticamente com o nariz colado à cauda da última, contornando a jarra
deliberada e lentamente, sem parar. Assim, tornou-se impossível determinar quem
chefiava e quem seguia.
Levadas pelo simples instinto, as lagartas deram a volta no
vaso de flores durante sete dias e sete noites, até que, finalmente, começaram
a morrer uma por uma, vítimas de inanição e cansaço. Todo o tempo, um grande
suprimento do alimento que mais gostavam estava bem perto e à vista, mas ficava
um pouquinho fora do caminho tão cuidadosamente seguido na borda do vaso.
Que mensagem para
nós! O que ocorreu com as lagartas, facilmente ocorre com as pessoas. Se o
seu hábito de vida não tem sido de se aproximar dos outros amistosamente,
permita-me adverti-lo: é difícil mudar.
É necessário ter coragem e, talvez, até engolir um pouco de
orgulho, a fim de tomar a decisão de seguir um novo e excitante curso de vida –
ser um amigo!!!
O DESAFIO
Se você se gaba de ser uma pessoa fechada, que sempre evitou
fazer amigos, apelo que saia dessa concha de isolamento, desça da borda do vaso
de flores – caminho esse que não o leva a lugar nenhum – e se determine a fazer
amigos.
Comece hoje, dando os seguintes passos:
·
Desenvolva o tipo de amizade que nada exija em
troca.
·
Faça um esforço deliberado e consciente de
desenvolver um interesse autêntico pelos outros.
·
Comemore com alegria o fato de que cada um de NE
é uma criação singular e que, por isso, sempre será necessário tempo, talvez
muito tempo, para podermos compreender uns aos outros.
·
Dedique-se como nunca a aprender a ouvir.
·
Acima de tudo, quando seu amigo precisar de
você, simplesmente esteja presente, quer você saiba ou não o que fazer ou
dizer.
·
Trate os outros com igualdade.
·
Empenhe-se em encorajar e elogiar
incessantemente os outros.
·
Dê o primeiro lugar a seus amigos, colocando-se
em segundo plano.
·
Acima de tudo, valorize nos outros os seus
pontos positivos e as suas qualidades, e não os seus defeitos e as suas
fraquezas.
Você se surpreenderá com tudo o que vai
acontecer quando tomar a iniciativa de dar a si mesmo aos que o rodeiam, quando
fizer o esforço de sair de sua concha para se empenhar em ser um amigo de verdade.
“Eu
poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus
amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.”
–
Vinicius de Morais
Te amo amiga !!!
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